A tatuagem está a cada dia ganhando mais adeptos pelo mundo em variadas formas, técnicas, estilos e cores. Atualmente, existem inúmeros eventos, cursos e aperfeiçoamentos para profissionais tatuadores, mostrando o tanto que esse ramo cresce e está em constante evolução. Entretanto, a prática é mais antiga do que você imagina e esteve presente em inúmeras culturas ancestrais com diversas finalidades. Vejamos, a seguir.
Segundo o antropólogo Lars Krutak, não houve um evento inicial ou um lugar em que as tatuagens surgiram e se espalharam, mas foi algo que aconteceu em muitos locais independentes entre si e com diferentes propósitos. Ele ressalta que os seres humanos sempre tiveram um impulso natural em registrar momentos significativos, marcando a própria pele para isso.
O registro de um fóssil humano tatuado mais antigo já visto foi o de Ötzi, ou Múmia do Similaun, encontrado nos Alpes italianos com aproximadamente 5.000 anos. Ele continha 61 tatuagens.
Por milhares de anos, a tatuagem foi difundida em comunidades e culturas diversas. Os indígenas possuíam tradições que passavam por gerações, registrando amadurecimento, grupos em comum e poder espiritual. As primeiras ferramentas eram bem básicas, como espinhos ou pedaços de ossos, com isso, os designs no mundo antigo eram simples padrões geométricos. Eles registravam na pele elementos inspiradores que viam no próprio ambiente como o sol, a lua, estrelas, montanhas, animais e plantas. A tinta era feita com elementos encontrados na mata.
Nesse tempo, a tatuagem era vista como um ritual e marcava um lugar na sociedade habitada. Nas culturas da Ilha do Pacífico, como em Samoa, os desenhos na pele representavam a união da comunidade e, geralmente, eram vistos nas costas e pernas seguindo um padrão específico. Com a chegada dos exploradores europeus nessa áreas, a tatuagem foi sendo apagada pouco a pouco, isso tudo devido às religiões da época, entre elas, o cristianismo, o islamismo e o judaísmo que viam essas pinturas corporais como algo profano.
Um importante registo feito pelo navegador britânico James Cook conta que, ao aportar no Taiti, em 1769, ambos os sexos pintavam o corpo e chamavam o ato de “tattow”. Daí o termo que conhecemos hoje. Com a remoção das tatuagens, feitas pelos colonizadores e missionários da época, as tattoos perderam a visibilidade entre os povos indígenas da região por algum tempo.
Partindo para outras regiões, a tatuagem foi usada durante anos no Japão como punição aos criminosos, sendo vista como algo ruim e ligado às máfias das prisões. Nesses locais surgem os desenhos ligados à mitologia, passando a ser um símbolo de resistência depois de alguns anos.
Outro período da História extremamente importante e significativo para a tatuagem foram as navegações. Os marinheiros ingleses e americanos passam a estampar o próprio corpo a fim de resgatar memórias, conquistas e superstições. Eles tatuavam temas náuticos, patrióticos, iniciais e muito mais. Há quem diga que eles foram os responsáveis por levar a tatuagem até a nobreza da época.
AS NOVAS TÉCNICAS DE TATUAGEM
Com a invenção da primeira máquina de tatuagem no século XIX, os instrumentos rústicos usados até então perdem espaço. A partir daí, as tatuagens passaram a ser mais rápidas e conquistaram um público maior. É nesse período que os circos americanos investem em indivíduos totalmente tatuados como atrações, algo que também contribuiu para a popularidades das tatuagens com contornos escuros e sombras pretas.
A má reputação da tatuagem volta a emergir nesta época dentro das prisões norte-americanas. Os presidiários usavam um material improvisado, como cordas de guitarra e fuligem, fazendo uma espécie de identificação própria com linhas finas e quase nenhuma cor. Isso também era uma forma de reconhecimento entre as gangues do presídio.
É na década de 70 que as tatuagens começam a estampar capas de revistas e matérias especiais sobre o tema surgem na TV. Os artistas musicais desse período também acabam interferindo na popularidade das tattoos, já que, em sua maioria, possuíam grandes desenhos estampados pelo corpo. Vista como algo “cool”, os estúdios começam a investir em trabalhos personalizados feitos de acordo com a preferência de cada cliente. A mistura de estilos acabam formando uma nova maneira de tatuar.
CONCLUSÃO
Podemos concluir que a tatuagem fez parte da evolução humana. Hoje em dia, temos a praticidade e agilidade em escolher um desenho ou uma inspiração pelas redes sociais, como o Pinterest e Instagram. Além disso, a tatuagem está sempre em ascensão no mercado, independente do momento econômico em que vivemos.
E aí, curtiu saber um pouco mais sobre a história das tatuagens?! Aos amantes de tattoos, o Alcabones recomenda a série “Explicando” da Netflix, que conta com um episódio especial e didático sobre o tema.